domingo, 27 de abril de 2008

A revolução Cubana e seus precedentes

Revolução de Cuba

A Independência de Cuba

Cuba apesar de ter sido uma das primeiras colônias espanholas na América, foi uma das últimas a conquistar sua independência em relação à Espanha. No final do século XIX, uma grande revolta popular exigia a independência de Cuba sob a liderança de José Martí; empresários dos E.U. A percebendo que uma mudança política em Cuba poderia trazer benefícios aos E.U. A decidiram ajudar os cubanos a conquistar a independência e declaram guerra à Espanha, que por ser na época um país decadente e lutar muito longe de casa não resistiu ao poderio militar americano e perdeu a guerra em 1898.


A presença dos E.U. A.


Após a derrota da Espanha, tropas americanas desembarcaram em Cuba para garantir a o novo governo independente, mas o novo governo de Cuba era formado por proprietários exportadores de açúcar e tabaco, ou seja, a elite cubana, como quase todo o comércio externo (importação e exportação) de Cuba era realizado com os EUA, o novo governo passou a facilitar todos os investimentos dos norte-americanos em Cuba. Nesse sentindo percebemos que os interesses da elite cubana estavam relacionados aos interesses dos empresários norte-americanos, o que acabava por tornar Cuba num lugar bom para se viver apenas para os dirigentes locais e não para a maior parte da população.
Quando um governante atrapalhava os interesses norte-americanos em Cuba, os E.U. A enviavam tropas para “restaurar a normalidade democrática” e colocar no poder um presidente cubano confiável.



A emenda Platt

Em 1901, um senador americano chamado Platt criou uma emenda para a constituição de Cuba, essa emenda determinava que os E.U. A tinha o direito de invadir Cuba a hora que quisessem para “normalizar a situação política”.


A ditadura de Fulgêncio Batista


Um dos homens de confiança dos E.UA foi o ditador Fulgêncio Batista, que em 1934 deu seu primeiro golpe de Estado, a partir de então passou a ser o homem forte do país, em 1952 percebendo que seria derrotado nas eleições presidenciais deu um novo golpe de Estado e tornou-se ditador.
Durante a ditadura de Fulgêncio a condição de vida do povo cubano (desemprego, camponeses pagando renda e vivendo sob ameaça de expulsão de suas terras, precária situação sanitária, entre outras mazelas que afetavam diretamente o povo) e o fato de quase toda a riqueza de Cuba estavam nas mãos de poucas famílias nativas e empresas norte-americanas instaladas no país, enquanto milhões de cubanos alimentavam-se mal, moravam em barracos e viviam de empregos temporários, incitou um grupo de jovens liderados por Fidel Castro, que nesse cenário marcado por intensa desigualdade social iniciou uma luta contra o ditador Fulgêncio Batista, como veremos a seguir.

A pequena notável

Cuba foi uma rica colônia espanhola, a primeira produtora mundial de açúcar e de tabaco. No final do século XIX, uma grande revolta popular alastrou se pela ilha, exigindo a independência nacional. Muitos cubanos consideravam-se humilhados pelas atitudes norte americana. Ou seja, cuba existia para que os nortes americanos ganhassem dinheiro e se divertissem.
Até que em 1953 alguns jovens patriotas liderados pelo jovem advogado Fidel Castro começaram-se a se organizar para promoverem a derrubada do regime ditatorial de Batista. Um dos seus primeiros atos foi a tentativa frustrada da tomada do quartel de Moncada, o segundo maior do país. Frustrada principalmente pela inexperiência do grupo, enfim foram todos capturados e presos, alguns executados.
Numa tentativa de tornar a opinião publica favorável o seu regime, Batista promoveu o julgamento dos lideres do movimento, entre eles Fidel Castro. Fidel, já se antecipando a provável condenação tomou para si a própria defesa e ai sim conseguiu da um duro golpe ideológico nas lideranças nacionais. Ao invés de defender-se, Fidel Castro denunciou os abusos cometidos pelo atual regime e atacou a entrega de seu país e seu povo aos nortes americanos, além de explicar toda onda revolucionária e o que ela pretendia. Mas seu julgamento ficaria famoso por seu encerramento: Fidel Castro já certo de sua condenação disse a seguinte frase, que posteriormente tornou-se o símbolo de sua revolução, “Condenem-me, mas a história me absolverá”.
Em uma nova tentativa de ganhar opinião publica e também achando que a onda revolucionária tinha se dissipado Batista promoveu uma anistia geral e condicional. Pondo dessa forma os lideres da revolução Mancada em liberdade. Estes por sua vez sabendo do risco que corriam em seu país, já que o serviço secreto americano andava em seus calcanhares, foram para o México e retomaram o processo revolucionário. Agora contavam com a ajuda dos outros partidos de seu país, o diretório revolucionário e o partido socialista popular, e do jovem médico e idealista argentino Ernesto “Che” Guevara, que daria um suporte ideológico a revolução.



O desembarque do Gramma

Em 1956, Fidel e seus companheiros retornaram a Cuba a bordo de uma pequena embarcação com um número contido de guerrilheiros, 82 no total, tentando usar o elemento surpresa a seu favor e a coordenação com os grupos revolucionários ainda existentes na ilha. Mas mais uma vez a falta entrosamento e algumas circunstâncias naturais fizeram que este novo plano fracassasse. Das 82 pessoas que desembarcaram na ilha em novembro de 1956 apenas 12 sobreviveram e se refugiaram em uma região montanhosa denominada Sierra Maestra, dando inicio assim ao combate aberto de guerrilhas.
Aos poucos a população, sobre tudo a rural, simpatizou-se com a revolução, já que os guerrilheiros agiam de forma diferente ao exército de Batista, estes entravam nas aldeias, roubavam, estupravam e queimavam. Fazendo surgir na população à visão heróica dos guerrilheiros, pois estes tratavam bem os camponeses e esclareciam os objetivos do movimento: acabar com a ditadura, fazer reforma agrária, impor respeito aos americanos em Cuba. Caindo assim nas graças do povo e fazendo-os pegar em armas a favor da revolução.
Depois de alguns anos Fulgêncio Batista, cercado e abandonado pelos Estados Unidos foge e se exila na Republica Dominicana, organizando de lar a contra revolução. Logo depois da passagem de ano novo os guerrilheiros barbudos entraram vitoriosos em Havana. Era a revolução de 59. Começava então a grande transformação.

Reformas ou revolução

O poder estava nas mãos de Fidel Castro e seus companheiros. E eles estavam dispostos a mostrar que queriam mudar mesmo as coisas.Para começar, fizeram uma reforma agrária radical.Todas as terras dos latifundiários foram expropriadas (tomadas pelo governo) e edistribuidas para as famílias camponesas pobres.Com isso, milhares de famílias de grandes proprietários pegaram todo o dinheiro que puderam e fugiram para a Flórida (EUA). Para eles, a revolução estava sendo um castigo.
O governo revolucionário decretou que os aluguéis deveriam ser reduzidos em 50%, os livros escolares e os remédios em 25%. Essas medidas eram justificadas assim: ”Ninguém possui o direito de enriquecer com as necessidades vitais do povo de ter moradia, educação e saúde”.
O governo revolucionário nacionalizou as principais empresas nos EUA localizadas em Cuba, isto é, as propriedades americanas foram tomadas pelo governo e passaram a pertencer ao Estado cubano. Fidel Castro alegava que os empresários estrangeiros ganharam muito dinheiro à custa de Cuba e que, portanto não podiam reclamar de nada.
Mas reclamaram. O governo dos EUA protestou contra Fidel e resolveu dar o troco. No ano de 1961, os EUA simplesmente não compraram nada de Cuba.Acontece que você se lembra de que a economia de Cuba estava totalmente ligada à dos EUA, para onde iam todas as exportações cubanas.Agora que os americanos estabeleciam o bloqueio econômico, Cuba não exportaria quase nada. O país estava a beira da falência! Era o preço que pagava por desafiar o poderoso vizinho!
Naquele momento, surgiu então a ajuda.Os países socialistas ofereceram-se para comprar o açúcar cubano.Mais ainda: pagariam um preço maior do que o oferecido pelo mercado internacional “imperialista”.
A amizade de Cuba com os paises socialistas foi a gota d’água que faltava para transbordar o copo de paciência dos EUA. Agora, viria a paulada.Em 1961, exilados cubanos, armados e treinados pela CIA e apoiados pelo presidente Kennedy, tentaram invadir Cuba pata derrubar Fidel Castro. Foi a Invasão da Baía dos Porcos. Por incrível que parece, saíram derrotados. Os invasores foram mortos ou feitos prisioneiros.Sem dúvida, uma das mais constrangedoras derrotas do presidente Kennedy.
Como resposta imediata, Fidel Castro declarou que iria tornar Cuba um país socialista!
De início, a Revolução de 59 não era socialista. O partido comunista até apoiou a guerrilha vitoriosa, mas Fidel não era comunista ainda.Sua primeira proposta era executar reformas radicais: contra o latifúndio e contra submissão da ilha aos EUA. Mas, para alguns analistas, as pressões norte-americanas empurram Fidel Castro para a URSS.
Em 1961, ele anunciou ao mundo que Cuba tinha se tornado um país socialista, aliado da União Soviética.Todas as principais empresas passaram a pertencer aos Estado. Era o fim dos milionários na ilha. A burguesia cubana e a classe média fugiram em peso para a Flórida, nos EUA. Para eles, Fidel Castro se tornara o inimigo número 1.



OLIC, Nélson Bacic. Geopolítica da América Latina. São Paulo: Moderna, 1992.
BRUIT, Héctor H. Revoluções na América Latina. São Paulo: Atual, 1988.
PRADO, Maria Ligia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1987.
SADER, Emir. Socialismo na América Latina. São Paul o: Atual, 1992.


Um comentário:

M10 disse...

Ótimo texto! Ajudou muito!