sábado, 13 de setembro de 2008

A BOMBA ATÔMICA


(PROJETO MANHATTAM)
UM PASSO ATRÁS NA EVOLUÇÃO HUMANA



“Os bebês nasceram normalmente”, este foi o código que noticiou ao presidente Harry Truman o êxito no projeto de fabricação da bomba atômica (Projeto Manhattam). Após anos de mais uma guerra sangrenta e sem sentido, ainda restava um alvo a exterminar, o Japão, surgira então uma certa “disputa” entre potências (EUA e URSS), que em mais uma tentativa de se medir forças com seu “poderio boçal bélico”, não queriam abrir mão do cheque-mate da Segunda Guerra Mundial.
Os Aliados não esperavam uma luta tão árdua naquele país, não esperavam soldados samurais como os pilotos kamikase (sopro divino), do qual, ofereceram grande resistência em seu arquipélago.
A conquista das ilhas de Iwo Jima e Okinawa pelos aliados abriram uma grande ferida no potencial defensivo japonês, deixando assim a ilha mais vulnerável a ataques aéreos e navais e após intensos bombardeios americanos sob todos os tipos de alvos, só entre março e junho de 1945, cerca de 58 cidades japonesas foram destruídas provocando aproximadamente 393 mil mortes civis.
Contudo, apesar de um grande número de tropas japonesas e da existência de numerosos voluntários kamikases, o Imperador japonês Hirohito com bases nos trágicos dados militares e nas numerosas perdas civis, autorizou sua rendição ao embaixador japonês na URSS em inícios de agosto, antes mesmo da conferência dos Aliados na Alemanha, tal rendição não fora aceita pelos aliados que queriam totais de rendição no qual feria o imperialismo japonês.
Outro dado relevante já mostrava o estado submisso que o Japão passava, após a queda do General Tojo da chefia do Ministério e das manifestações antiguerra do príncipe Konoye, a elite pró Eixo se enfraquecia ainda mais se iniciando então manobras diplomáticas de negociação de paz com os Estados Unidos.
Infelizmente a gana imperialista foi mais forte.

No dia, 6 de agosto de 1945, o homem daria um passo atrás em seu processo evolutivo, mesmo com a contestação de parte do corpo de cientistas que participaram da pesquisa nuclear no Projeto Manhattam, os Estados Unidos desnecessariamente quis demonstrar ao mundo todo seu “poderio boçal bélico” se antecipando ao mesmo tempo uma invasão Soviética aquela ilha.
Naquele dia, abordo do bombardeiro americano B-29 de nome “Enola Gay”, fora lançada sob a cidade de Hiroshima a bomba atômica denominada “carinhosamente” de “Litlle Boy”, contudo, mesmo com toda dizimação civil da área, o “garotinho” americano não teve o efeito esperado pois não atingiu o Imperador Hirohito nem mesmo seu Gabinete de Gerra.
Dois dias após a tragédia, a URSS oficializou sua guerra contra o Japão lançando então a: “Operação Tempestade de Agosto” (August Storm), mas tarde esta operação ficara reconhecia pelo Japão como maior motivo de sua rendição.
Com mais este dado ameaçador à disputa de “pontos corridos” do “campeonato” dos Aliados, Harry Truman enviou ordens para o lançamento de uma segunda bomba atômica sobre a ilha.
Em 9 de agosto de 1945, após 3 dias do lançamento da primeira bomba, outro bombardeito B-29 denominado “Bock’s Car” lançara sobre a cidade de Nagasaki a segunda bomba atômica da história, também apelidada ridiculamente de “Fat Man”.
Seria indescritível a impressão causada pela destruição dessas bombas que mataram mais de 450 mil civis inocentes, sem contar os sérios danos a saúde pública até hoje encontrados, contudo, na citação do historiador C. J. H. Watson em seu livro: “História do Século XX”, encontramos as seguintes palavras:
Em 6 de agosto de 1945, uma avião de bombardeiro americano, Enola Gay, procedente de Tinian, nas ilhas Marianas, lançou a primeira bomba atômica. Ela desceu de pára-quedas, sendo detonada a 500 metros acima do alvo – Hiroshima. Eram exatamente 8:16 da manhã, a hora mais trágica deste século. [...] Se ouve algum som, ninguém ouviu. O relâmpago inicial gerou uma sucessão de calamidades. Primeiro veio o calor. Durou apenas um instante mas foi de tal intensidade que derreteu os telhados, fundiu os cristais de quartzo nos blocos de granito, chamuscou os postes telefônicos numa área de 3 quilômetros e incinerou os seres humanos que se achavam nas proximidades. Tão completamente que nada testou deles, a não ser suas silhuetas, gravadas a fogo no asfalto das ruas ou nas paredes de pedra.
Após todo massacre nuclear sem sentido, o Imperador japonês Hirohito anuncia a rendição de seu povo no dia 14 de agosto de 1945. O governo dos Estados Unidos ainda tenta justificar o injustificável com a alegação de que uma investida sobre o Japão teria um custo muito grande em termos de vida de soldados americanos.
Será que uma vida pode ser mais valiosa do que outras?
Só se sabe que o triste episódio só fora apenas o primeiro entre tantos outros como o Vietnã, o Afeganistão e o Iraque. Quem será a próxima vítima do Tio?
Por fim, no dia 2 de setembro de 1945, a bordo no encouraçado americano Missouri, o ato de rendição fora oficializado na Baía de Tóquio.
A Segunda Guerra Mundial tinha acabado.
Conforme tudo que foi visto, não esperamos com este texto apoiar, defender, julgar ou praticar qualquer tipo de apologia a qualquer um dos lados envolvidos, tão pouco queremos cair no mar da “factualidade” e relembrar datas como estas, apenas queremos debater o que foi feito para que o homem jamais se esqueça de sua própria banalidade, ficando assim com o desejo que episódios como estes jamais se repitam.


Prof. Fagner Dantas

BIBLIOGRAFIA

GONÇALVES, Williams da Silva. “A Segunda Guerra Mundial”: In: FILHO, Daniel A. Reis; FERREIRA, Jorge & ZENHA, Celeste. O século XX. O tempo das crises. Vol. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

HERRIDGE, Charles. Segunda Guerra Mundial: História fotográfica do grande conflito. São Paulo: Círculo do Livro S.A., 1998.

WATSON, C. J. H. “A bomba atômica”. In: História do Século XX, 1974, vol. 5.