quarta-feira, 29 de outubro de 2008

V CICLO DE DEBATES HISTÓRICOS ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO DAS MONOGRAFIAS

Dia 30 de outubro de 2008: Quinta-feira:
LOCAL: Salas de aula do Bloco F:
Primeiros Projetos: Apresentação de Trabalhos de Final de Curso de Graduandos e Egressos do Curso de História da Unigranrio:
Organizadora: Profª Dra. Ângela Maria Roberti Martins – Doutora em História Social – PUC/SP – Professora da UNIGRANRIO e da FAETEC.

Sessão 1 – Mulher e gênero em debate: Sala 201.
Profª. Ângela Maria Roberti Martins
• Luzia dos Ramos Pinto - O amor cortês e as relações de poder entre homens e mulheres na Idade Média
• Natali Gomes Julio - Corpo e carne: a mulher no século XII
• Denise Soares de Almeida - Representações do feminino nas músicas de Tom Jobim


Sessão 2 – Política e relações internacionais: Sala 202
Coordenador: Prof. Washington Dener dos Santos Cunha.
• Rafael Lourenço B. Dos Santos - A propaganda política nazista: o veículo de massificação popular
• Fagner Roberto Dantas - O “Dia D”: relatos, imagens e a imprensa panfletária
• Milton de Figueiredo Santana - O envolvimento norte-americano no golpe de 1964
• Paulo Roberto Póvoa - 25 de abril – uma revolução por trás das câmeras
• Ubirajara dos Santos - Fernando Collor: sua candidatura e o papel da imprensa



Sessão 3 – A Antigüidade em foco: novos ângulos, novas perspectivas: Sala 203.
Coordenadora: Profª Uiara Barros Otero.
• Ricardo Almeida de Morais - O homoerotismo como fonte educadora entre os aristocratas gregos
• Thiago Brandão Nóbrega - “A cidade ideal”: o papel da educação na construção da sociedade espartana
• Gezi Azevedo Campos - Jesus Mago: um olhar sobre dons e contradons atuantes no Século I


Sessão 4 – Cultura e Representações – dimensões históricas da questão étnico-racial: Sala 204
Coordenador: Prof. Edelberto Ferreira Coura.
• Elisangela Azevedo de Moraes - O negro e o preconceito no século XIX (1870-1900)
• Simone Alves dos Santos - Representações do samba na República Velha
• Júlio César Gomes - Cavaleiros de Olorum: uma história da rejeição da religião afro no Brasil
• Isabel Baptista - De Palmares à sala de aula: uma visão sobre a representação de Zumbi nos livros didáticos
• Iguaracy José B. de Souza – A força dos periódicos de Abdias do Nascimento


Sessão 5 - Em dois tempos: modernidade e política no Brasil do século XX : sala 205
Coordenadora: Profª Elisa Goldman.
• Marcele Guedes Rodrigues - Avenida Central: início de uma Modernidade
• Jacqueline Moreira do Nascimento - A malandragem no cenário carioca do Rio de Janeiro (1920-1930)
• Vânia Lúcia Mattos Lordeiro - Revolução de 1930: o divisor de águas na história brasileira
• Nilson Henrique de Araújo Filho - Cangaço independente: um fenômeno genuinamente nordestino



Sessão 6 – História e memória: olhares múltiplos: sala 206.
Coordenador: Prof. Antônio Augusto Braz.
• Alessandra Silva Pereira - Um monarca simbólico: a representação de uma imagem e sua contribuição para a consolidação da nação
• César Daher - A Baronesa de Mauá: um empreendimento ferroviário
• Nicácio Dionizio de Sousa Junior - A inserção do Movimento Batista no Brasil
• Adriana Oliveira da Silva – O lixo como fator de sobrevivência para o bairro Jardim Gramacho

sábado, 25 de outubro de 2008

NÃO PERCAM O V CICLO DE DEBATES HISTÓRICOS UNIGRANRIO


V CICLO DE DEBATES HISTÓRICOS

TEMA GERAL – HISTÓRIA: CONTESTAÇÃO E PODER
DATA: 27 a 31 de outubro de 2008.
LOCAL: Câmara Municipal de Duque de Caxias e Bloco F
HORA: 18h20min às 21h50min


PROGRAMAÇÃO:

Dia 27 de outubro de 2008: Segunda-feira
Abertura e credenciamento: 18h20min
Local: Câmara Municipal de Duque de Caxias

Atividade artística:
Mesa Redonda:
Baixada Fluminense: movimentos sociais e poder.
Coordenadores: Prof. Mrs. Antônio Augusto Braz e Profª Esp. Tânia Maria da Silva Amaro de Almeida.

Dia 28 de outubro de 2008: terça-feira
LOCAL: Câmara Municipal de Duque de Caxias
HORA: 18h20min

Mesa Redonda:
1968: 40 anos
Coordenador: Prof. Mrs. Gil Vicente Vaz de Oliveira

Dia 29 de outubro de 2008: Quarta-feira
LOCAL: Câmara Municipal de Duque de Caxias.
HORA: 18h20min
Mesa Redonda:
O Anarquismo.
Coordenadora: Profª Dra. Ângela Maria Roberti Martins.

Dia 30 de outubro de 2008: Quinta-feira:
LOCAL: Salas de aula do Bloco F:
Primeira Produção: Apresentação de Trabalhos de Final de Curso dos Alunos do Curso de História da Unigranrio
Organizadora: Profª Dra. Ângela Maria Roberti Martins – Doutora em História Social – PUC/SP – Professora da Unigranrio e da FAETEC

Dia 31 de outubro de 2008: Sexta -feira:
Encerramento: atividade artística
Mesa redonda:
Música Popular Brasileira: contestação e resistência.
Coordenador: Prof. Dr. José Geraldo da Silva e o CA de História
Apresentação dos alunos

APRESENTAÇÃO DE PÔSTER:
Durante o V Ciclo de Debates Históricos, de 18h às 21h50min
Contamos com a sua presença!!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Feliz Aniversário Constituição de 1988!!! Mas realmente há algo a se comemorar? Sim, há.

Feliz Aniversário Constituição de 1988!!! Mas realmente há algo a se comemorar? Sim, há.


Após a desarticulação do temeroso Regime Militar, e os momentos de crise política, econômica e social que foram presentes em quase todo o governo do primeiro presidente brasileiro após a ditadura militar, José Sarney, onde durante este período o Brasil mergulhou em crises econômicas terríveis, crises sociais muito freqüentes, gerando desestabilidade política, foi nesse contexto que após grandes lutas das camadas populares do Brasil principalmente, que em 5 de outubro de 1988, foi instaurada a nova Constituição brasileira, esta completando apenas vinte anos mo dia de hoje, 5 de outubro de 2008.

A Constituição de 1988, configurou-se como um avanço ao tocar em diversos pontos do nosso convívio social que até então ainda não tinham sido regulamentados: Como direitos e garantias fundamentais à vida, direitos sociais e políticos; o sufrágio universal, o voto facultativo para analfabetos e para maiores de dezesseis anos; gerou as bases para a implementação de um código de defesa dos consumidores; iniciou o projeto de proteção de garantias individuais e coletivas para as crianças, os adolescente e para os idosos, que foram reiterados e oficializados com as subseqüentes leis que regulamentaram estas garantias, no caso das crianças “O Estatuto da Criança e do Adolescente”, e para os idosos “O Estatuto do Idoso”; pregava uma meta de desenvolvimento social, onde seria diminuída a desigualdade entre a população, entre outras metas no que tange ao social; pregou a igualdade entre homens e mulheres, o respeito à diversidade religiosa e étnica, entre outros assuntos. Esta carta estabeleceu eleições diretas em dois turnos para presidente, governadores e prefeitos, adotou o presidencialismo como forma de governo, afirmou a independência dos três poderes, e restringiu a atuação das forças armadas. A Constituição foi um pilar de esperança para os que nela acreditaram e acreditam para que o Brasil possa se transformar em um país mais justo e igualitário.

A Constituição de 1988, configurou-se sim como um avanço em determinado tipo de áreas de nosso grupamento social, pois verdadeiros avanços foram conseguidos em decorrência esta, como o já citados Código de defesa do consumidor, o Estatuto da Criança e do Adolescente...contudo, dentre várias de suas mega-propostas muitas ainda estão longe de se realizar, como o combate (efetivo) à desigualdade social. Além de outras características depreciativas como o próprio fato da Constituição ainda não ser muito respeitada por determinadas pessoas, mas isso não é culpa do “papel Constituição” mas sim de pessoas que em face de nossa ignorância nos engabelam e nos passam para trás acerca de garantias que nos são dadas que nós não nos manifestamos para requisitá-las. Há sim, uma falha no que tange ao brasileiro que é beneficiado por certas partes da Constituição de 1988, que devido a sua falta de interesse por procurar se informar acerca de suas garantias, de seus direitos se omite e com isso continua vulnerável a alienação e a exploração.
Portanto, para fazer valer os ideais que a aniversariante Constituição de 1988, pregou em seu texto há a necessidade de se conscientizar acerca de seu texto e de suas propostas e brigar, para que elas sejam cumpridas, e que assim seja atingido enfim a meta que a tal Constituição tanto prega.

Faça a sua parte informe-se:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm - 669k

sábado, 13 de setembro de 2008

A BOMBA ATÔMICA


(PROJETO MANHATTAM)
UM PASSO ATRÁS NA EVOLUÇÃO HUMANA



“Os bebês nasceram normalmente”, este foi o código que noticiou ao presidente Harry Truman o êxito no projeto de fabricação da bomba atômica (Projeto Manhattam). Após anos de mais uma guerra sangrenta e sem sentido, ainda restava um alvo a exterminar, o Japão, surgira então uma certa “disputa” entre potências (EUA e URSS), que em mais uma tentativa de se medir forças com seu “poderio boçal bélico”, não queriam abrir mão do cheque-mate da Segunda Guerra Mundial.
Os Aliados não esperavam uma luta tão árdua naquele país, não esperavam soldados samurais como os pilotos kamikase (sopro divino), do qual, ofereceram grande resistência em seu arquipélago.
A conquista das ilhas de Iwo Jima e Okinawa pelos aliados abriram uma grande ferida no potencial defensivo japonês, deixando assim a ilha mais vulnerável a ataques aéreos e navais e após intensos bombardeios americanos sob todos os tipos de alvos, só entre março e junho de 1945, cerca de 58 cidades japonesas foram destruídas provocando aproximadamente 393 mil mortes civis.
Contudo, apesar de um grande número de tropas japonesas e da existência de numerosos voluntários kamikases, o Imperador japonês Hirohito com bases nos trágicos dados militares e nas numerosas perdas civis, autorizou sua rendição ao embaixador japonês na URSS em inícios de agosto, antes mesmo da conferência dos Aliados na Alemanha, tal rendição não fora aceita pelos aliados que queriam totais de rendição no qual feria o imperialismo japonês.
Outro dado relevante já mostrava o estado submisso que o Japão passava, após a queda do General Tojo da chefia do Ministério e das manifestações antiguerra do príncipe Konoye, a elite pró Eixo se enfraquecia ainda mais se iniciando então manobras diplomáticas de negociação de paz com os Estados Unidos.
Infelizmente a gana imperialista foi mais forte.

No dia, 6 de agosto de 1945, o homem daria um passo atrás em seu processo evolutivo, mesmo com a contestação de parte do corpo de cientistas que participaram da pesquisa nuclear no Projeto Manhattam, os Estados Unidos desnecessariamente quis demonstrar ao mundo todo seu “poderio boçal bélico” se antecipando ao mesmo tempo uma invasão Soviética aquela ilha.
Naquele dia, abordo do bombardeiro americano B-29 de nome “Enola Gay”, fora lançada sob a cidade de Hiroshima a bomba atômica denominada “carinhosamente” de “Litlle Boy”, contudo, mesmo com toda dizimação civil da área, o “garotinho” americano não teve o efeito esperado pois não atingiu o Imperador Hirohito nem mesmo seu Gabinete de Gerra.
Dois dias após a tragédia, a URSS oficializou sua guerra contra o Japão lançando então a: “Operação Tempestade de Agosto” (August Storm), mas tarde esta operação ficara reconhecia pelo Japão como maior motivo de sua rendição.
Com mais este dado ameaçador à disputa de “pontos corridos” do “campeonato” dos Aliados, Harry Truman enviou ordens para o lançamento de uma segunda bomba atômica sobre a ilha.
Em 9 de agosto de 1945, após 3 dias do lançamento da primeira bomba, outro bombardeito B-29 denominado “Bock’s Car” lançara sobre a cidade de Nagasaki a segunda bomba atômica da história, também apelidada ridiculamente de “Fat Man”.
Seria indescritível a impressão causada pela destruição dessas bombas que mataram mais de 450 mil civis inocentes, sem contar os sérios danos a saúde pública até hoje encontrados, contudo, na citação do historiador C. J. H. Watson em seu livro: “História do Século XX”, encontramos as seguintes palavras:
Em 6 de agosto de 1945, uma avião de bombardeiro americano, Enola Gay, procedente de Tinian, nas ilhas Marianas, lançou a primeira bomba atômica. Ela desceu de pára-quedas, sendo detonada a 500 metros acima do alvo – Hiroshima. Eram exatamente 8:16 da manhã, a hora mais trágica deste século. [...] Se ouve algum som, ninguém ouviu. O relâmpago inicial gerou uma sucessão de calamidades. Primeiro veio o calor. Durou apenas um instante mas foi de tal intensidade que derreteu os telhados, fundiu os cristais de quartzo nos blocos de granito, chamuscou os postes telefônicos numa área de 3 quilômetros e incinerou os seres humanos que se achavam nas proximidades. Tão completamente que nada testou deles, a não ser suas silhuetas, gravadas a fogo no asfalto das ruas ou nas paredes de pedra.
Após todo massacre nuclear sem sentido, o Imperador japonês Hirohito anuncia a rendição de seu povo no dia 14 de agosto de 1945. O governo dos Estados Unidos ainda tenta justificar o injustificável com a alegação de que uma investida sobre o Japão teria um custo muito grande em termos de vida de soldados americanos.
Será que uma vida pode ser mais valiosa do que outras?
Só se sabe que o triste episódio só fora apenas o primeiro entre tantos outros como o Vietnã, o Afeganistão e o Iraque. Quem será a próxima vítima do Tio?
Por fim, no dia 2 de setembro de 1945, a bordo no encouraçado americano Missouri, o ato de rendição fora oficializado na Baía de Tóquio.
A Segunda Guerra Mundial tinha acabado.
Conforme tudo que foi visto, não esperamos com este texto apoiar, defender, julgar ou praticar qualquer tipo de apologia a qualquer um dos lados envolvidos, tão pouco queremos cair no mar da “factualidade” e relembrar datas como estas, apenas queremos debater o que foi feito para que o homem jamais se esqueça de sua própria banalidade, ficando assim com o desejo que episódios como estes jamais se repitam.


Prof. Fagner Dantas

BIBLIOGRAFIA

GONÇALVES, Williams da Silva. “A Segunda Guerra Mundial”: In: FILHO, Daniel A. Reis; FERREIRA, Jorge & ZENHA, Celeste. O século XX. O tempo das crises. Vol. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

HERRIDGE, Charles. Segunda Guerra Mundial: História fotográfica do grande conflito. São Paulo: Círculo do Livro S.A., 1998.

WATSON, C. J. H. “A bomba atômica”. In: História do Século XX, 1974, vol. 5.

sábado, 30 de agosto de 2008

A Segunda Guerra Mundial- Parte 2

CONSEQUÊNCIAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

MATERIAIS

Os Aliados determinaram pagamentos de guerra às nações derrotadas para a reconstrução e indenização dos países vencedores, assinado no Tratado de Paz de Paris. A Hungria, Finlândia e Romênia ordenou o pagamento de 300 milhões de dólares (valor baseado no valor do dólar em 1938) para a União Soviética. A Itália foi obrigada a pagar o correspondente a 360 milhões de dólares de indenizações cobrado pela Grécia, Iugoslávia e União Soviética. No fim da guerra cerca de 70% da infra-estrutura européia estava destruída. Os países membros do Eixo tiveram que indenizar os países Aliados em mais de 2 bilhões de dólares. Com a derrota do Eixo, a Alemanha teve todos os recursos financeiros e materiais transferidos para os Estados Unidos e a União Soviética, além de ter todas as indústrias desmanteladas para evitar um novo rearmamento como forma de vingança.
Com a derrota e posterior separação da Alemanha, cerca de 3 mil civis alemães viraram prisioneiros de guerra tendo que trabalhar em campos de trabalhos forçados no Gulag, na Rússia. Apenas em 1950, os civis poderam ter a sua liberdade e voltar para a Alemanha. Muitos dos prisioneiros de guerra alemão e italiano foram trabalhar na reconstrução da Grã-Bretanha e da França. Cerca de 100 mil prisioneiros foram enviados para a Grã-Bretanha e cerca de 700 mil para a França. além disso, os milhares de soldados presos pelos soviéticos continuaram em cativeiro, diferentemente dos prisioneiros pelos aliados, que foram libertados entre 1945 e 1948. No início dos anos 50, alguns prisioneiros alemães foram libertados pelos russos, mas somente em 1955, após a visita de Konrad Adenauer à URSS é que o restante dos prisioneiros ainda vivos foram libertados e retornaram a sua terra natal após até 14 anos de cativeiro. Todas as pesquisas e patentes dos prisioneiros alemães foram apropriadas pelo governo americano, como sendo patentes e inventos americanos.

PERDAS HUMANAS

O HOLOCAUSTO

Avalia-se em 50 ou 60 milhões o número de pessoas que morreram em consequência da guerra. As perdas foram superiores na Europa Oriental: estimam-se 17 milhões de mortes civis e 12 milhões de mortes militares para a União Soviética, 6 a 7 milhões para a Polônia (primariamente civis), enquanto que na França o número rondaria os 600 000.
O Holocausto comandado pelas autoridades nazistas, como parte da "solução final" para o "problema judeu", levaria ao genocídio de cerca de seis milhões de judeus nos campos de concentração, para além de outras pessoas consideradas indesejáveis, como membros da etnia cigana, eslavos, homossexuais, portadores de deficiência e dissidentes políticos. Milhares de judeus eram usados como cobaias em diversas experiências, o que acarretou a propagação de doenças como tifo e tuberculose. Após a guerra cresceram as pressões sobre a Grã-Bretanha para o estabelecimento de um estado judaico na Palestina; a fundação do estado de Israel em 1948 resolveria a questão dos judeus sobreviventes na Europa, já que parte considerável deles migrou para o novo estado.

TERRITORIAIS

As transformações territoriais provocadas pela Segunda Guerra começaram a ser delineadas pouco antes do fim desta. A Conferência de Yalta (4-12 de Fevereiro de 1945) teria como resultado a partilha entre os Estados Unidos e a União Soviética de zonas de influência na Europa. Alguns meses depois a Conferência de Potsdam, realizada já com a derrota da Alemanha, consagra a divisão deste país em quatro zonas administradas pelas potências vencedoras. No lado Oriental, ficaria a administração sob incumbência da União Soviética e, no lado Ocidental, a administração ficaria sob incumbência dos Estados Unidos, França e Inglaterra, tendo estas duas últimas desistido da incumbência.
A Itália perderia todas as suas colônias; a Ístria acabaria por ser integrada na Jugoslávia, tendo também sofrido pequenas alterações fronteiriças a favor da França.
O território da nação polaca desloca-se para oeste, integrando províncias alemãs (Pomerânia, Brandemburgo, Silésia), colocando a sua fronteira ocidental até aos cursos do Oder e do Neisse. A URSS progrediu igualmente para oeste, graças principalmente à reversão das perdas territoriais sofridas pelo Pacto de Brest-Litovsk: houve a criação da República Socialista Soviética da Bielorússia (numa área de maioria étnica bielorussa, mas que havia sido concedida à Polônia), e também a ampliação da Ucrânia, que também havia perdido território, duas décadas antes, para a Polônia.
O Japão teve que abandonar, de acordo com o estabelecido no acordo de paz de 1951 com os Estados Unidos, a Manchúria e a Coréia, além dos territórios que havia conquistado durante o conflito. Nos anos 70, os Estados Unidos devolvem Okinawa ao Japão.

POLÍTICAS

No plano das relações internacionais, o fracasso da Sociedade das Nações em evitar a guerra levaria à criação de uma nova instituição, a Organização das Nações Unidas. Fundada em Junho de 1945, apresentou como objetivos assegurar a paz e a cooperação internacional. Uma das razões apontadas para o fracasso da Liga das Nações foi a igualdade entre países pequenos e grandes, que bloqueava o processo de tomada de decisões. A ONU vai distinguir na sua organização interna cinco grandes países, tidos como detentores de maiores responsabilidades, e os restantes; estes cinco países possuem assento permanente no Conselho de Segurança, principal órgão da ONU, onde possuem direito de veto. Os outros membros do Conselho de Segurança são seis países eleitos rotativamente.
As principais potências imperialistas (França e Inglaterra) saíram da Guerra completamente arrasadas, tornado insustentável a manutenção de seus vastos territórios coloniais. Foi durante essa época que iniciou-se o movimento de descolonização afro-asiática.
A Segunda Guerra Mundial provocou igualmente o fim da hegemonia mundial da Europa e a ascenção de duas superpotências, os Estados Unidos da América e a União Soviética, que seriam os protagonistas da cena internacional durante o período conhecido como a Guerra Fria.

Segunda Guerra Mundial- Parte 1

INTRODUÇÃO


Segunda Guerra Mundial, iniciada setembro de 1939, foi a maior catástrofe provocada pelo homem em toda a sua longa história. Envolveu setenta e duas nações e foi travada em todos os continentes (direta ou indiretamente). O número de mortos superou os cinqüenta milhões havendo ainda uns vinte e oito milhões de mutilados.
É difícil de calcular quantos outros milhões saíram do conflito vivos, mas completamente inutilizados devido aos traumatismos psíquicos a que foram submetidos (bombardeios aéreos, torturas, fome e medo permanente). Outra de suas características, talvez a mais brutal, foi a supressão da diferença entre aqueles que combatem no fronte e a população civil na retaguarda. Essa guerra foi total. Nenhum dos envolvidos selecionou seus objetivos militares excluindo os civis.
Atacar a retaguarda do inimigo, suas cidades, suas indústrias, suas mulheres, crianças e velhos passou a fazer parte daquilo que os estrategistas eufemisticamente classificavam como "guerra psicológica" ou "guerra de desgaste". Naturalmente que a evolução da aviação e das armas autopropulsadas permitiu-lhes que a antiga separação entre linha de frente e retaguarda fosse suprimida.
Se a Primeira Guerra Mundial provocou um custo de 208 bilhões de dólares,. esta atingiu a impressionante cifra de 1 trilhão e 500 bilhões de dólares, quantia que, se investida no combate da miséria humana a teria suprimido da face da terra. Aproximadamente 110 milhões de homens e mulheres foram mobilizados, dos quais apenas 30% não sofreram morte ou ferimento.
Como em nenhuma outra, o engenho humano foi mobilizado integralmente para criar instrumentos cada vez mais mortíferos, sendo empregados a bomba de fósforo, a napalm e finalmente a bomba política de genocídio em massa, construindo-se campos especiais para tal fim. Com bem disse o historiador R.A.C. Parker: "O conceito que a humanidade tinha de si mesmo, nunca voltará a ser o mesmo".

CAUSAS ECONÔMICAS


A crise econômica que se abate sobre o sistema capitalista mundial a partir de 1929, vai ser o fator mais poderoso para que um novo arranjo do poder em escala mundial seja pleiteado. A crise levou os países capitalistas a tomarem medidas protecionistas visando salvar os mercados internos das importações estrangeiras, ocorrendo uma verdadeira guerra tarifária. A produção mundial, reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%.
O desemprego grassou nos principais países industrializados: 11 milhões nos Estados Unidos, 6 milhões na Alemanha, 2 milhões e meio da Inglaterra e um número um pouco superior na França. Não está longe da verdade o fato ter provocado a aflição e o desemprego em mais de 70 milhões de pessoas (contando-se os seus dependentes). Como a economia já estava suficientemente internacionalizada (com exceção da URSS que se lançava nos Planos Qüinqüenais) todos os Continentes foram atingidos, aumentando ainda mais a miséria e o desemprego.
A América Latina por exemplo teve que reduzir em 40% suas importações e sofreu uma queda de 17% em suas exportações. É nesse contexto caótico que a Alemanha no Ocidente e o Japão no Oriente vão tentar explorar o debilitamento de seus rivais. Uma nova luta por mercados e novas fontes de matérias-primas levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial.

CAUSAS POLÍTICAS

A conjuntura externa caótica e a situação interna de desespero conduzem Hitler ao poder na Alemanha em 1933. Atuando implacavelmente, em menos de um ano sufocou todos os movimentos oposicionistas (sociais-democratas, comunistas e liberais) dando início à "Revolução Nacional-socialista" que tinha como objetivo fazer a Alemanha retornar ao grau de potência européia.
Naturalmente que para tal era necessário romper com o tratado de Versalhes, pois este impedia a conquista do "espaço vital", como o rearmamento. Atenuava-se o desemprego e atendia-se necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha. Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler coloca-se como campeão do anti-comunismo a nível mundial, assinando com o Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937) o Pacto Anti-Comintern - cujo fim é ampliar o isolamento da URSS e, quando for possível, atacá-la.
O Japão, que igualmente passa por convulsões internas graves, dá início em 1931, a uma política externa agressiva, explorando o enfraquecimento dos Impérios Coloniais europeus que se mostram impotentes para superar a crise econômica. Em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, dando início ao longo conflito na Ásia. Seu expansionismo vai terminar por chocar-se com os interesses norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra contra os Estados Unidos.

HITLER NA ROTA DA EXPANSÃO

Logo após o abandono da Sociedade das Nações ( que já se ressentia da ausência dos Estados Unidos, URSS e Brasil) pelo Japão, foi a vez da Alemanha retirar-se. Anunciando a saída da representação germânica, Hitler declarou que o não desarmamento das outras nações obrigava a Alemanha àquela forma de protesto. Embora na realidade ele simplesmente desejasse furtar-se às peias que a Sociedade das Nações poderia opor à sua política militarista, o Führer teve o cuidado de reiterar os propósitos pacifistas de seu governo. Aliás, nos anos seguintes, Hitler proclamaria suas intenções conciliatórias em várias oportunidades, como meio de acobertar objetivos expansionistas.
O nazismo fortalecia-se rapidamente na Alemanha. Hitler precisava do apoio de Reichswehr para realizar o rearmamento alemão, mas a maioria dos generais mantivera-se até então numa atitude de expectativa, em relação ao novo governo. A pretensão das tropas AS, manifestada por seus chefes em múltiplas ocasiões, de se transformarem em exército nacional, horrorizava os militares profissionais, educados na escola von Seeckt. Parecia-lhes um absurdo entregar aquela pequena, mas eficientíssima máquina, que era Reichswehr, nas mãos dos turbulentos camisas pardas, acostumados apenas a combates na rua. Hitler inclinava-se a dar razão aos generais, o que vinha os AS mais radicais. Em alguns círculos da milícia nazista, já se falava na necessidade de uma segunda revolução que restituísse ao Partido o ímpeto inicial.
Os fuzilamentos sumários de 30 de junho de 1934, realizados por ordem expressa do Führer, passaram à História com o nome de Noite de Facas Compridas. Quase todos os lideres das AS, a começar por seu chefe, o Capitão Roehm, foram passados pelas armas, juntamente com alguns políticos oposicionistas e o General von Schleicher (Kurt, 1882-1934), que era o maior opositor a Hitler no seio da Reichswehr. Nenhuma consideração emocional afetou essa brutal decisão de Hitler, que provocou a morte de algumas centenas de pessoas, muitas das quais eram fiéis do Partido, desde longa data.
Com essas execuções, o Führer atingiu um duplo objetivo: extinguiu os gérmens da rebelião entre os AS, desde então reduzidos a um papel meramente decorativo, e deu aos generais uma sangrenta garantia de que pretendia conserva-los na direção da Reichswehr. O expurgo fora levado a cabo pelas SS, tropas de elite do Partido, ligadas a Hitler por um juramento especial. Esse corpo de homens selecionados, formando uma verdadeira guarda do regime, iniciou naquele dia uma ascensão que iria leva-lo, sob a chefia de Himmler, ao controle total da vida alemã, em nome de Hitler. Em 1945, quase um milhão de homens tinha envergado o uniforme negro com a insígnia da caveira, partindo de um núcleo que, em 1929, contava com apenas 280 elementos.
A Noite das Facas Compridas fez a Reichswehr cerrar fileiras em torno de Hitler, que, reforçado por tal sustentáculo, pode então se dedicar a seus planos longamente acalentados.
A primeira tentativa expansionista do III Reich fracassou. Desde sua ascensão ao poder, Hitler vinha incentivando o desenvolvimento de um partido nazista austríaco, como base para uma posterior anexação da Áustria à Alemanha. Nessa época, os austríacos estavam sob o governo ditatorial do chanceler católico Dollfuss, inquebrantável defensor da independência de seu país. Ora, em 27 de julho de 1934, Dollfuss foi assassinado em Viena, por um grupo de nazistas sublevados. Mussolini, temendo que os alemães ocupassem a Áustria, enviou tropas para a fronteira, enquanto a Europa era sacudida por um frêmito de indignação contra a Alemanha. Hitler, porém, recuou, negando qualquer conivência com os conspiradores austríacos. Dollfuss foi sucedido por von Schuschnigg (Kurt Edler, n. 1897), que continuou a política conservadora e nacionalista de seu antecessor.

A INVASÃO DA URSS

Em 22 de Junho de 1941, os exércitos do eixo lançaram-se à conquista do território soviético, com a chamada Operação Barbarossa. Os exércitos do eixo contavam com 180 divisões, entre tropas alemãs, italianas, húngaras, romenas e finlandesas, num total de mais de três milhões e meio de soldados. A estes se opunham 320 divisões soviéticas, num total de mais de seis milhões de homens; porém apenas 160 destas divisões estavam situadas na região de fronteira com a Alemanha Nazi. Grande parte das tropas soviéticas estavam estacionadas na região leste do país, na fronteira com a China ocupada, antecipando a possibilidade de mais um ataque japonês contra a União Soviética, conforme acontecera em março de 1939.
A ofensiva era amplamente esperada, pois a invasão da União Soviética fazia parte do discurso nazista desde o surgimento do partido, tendo sido fortemente pregada por Adolf Hitler em seu livro "Mein Kampf" e estado presente em diversos de seus pronuciamentos políticos anteriores até mesmo ao início da guerra. Relatórios de serviços secretos davam conta da iminência da invasão, partindo não somente da espionagem soviética mas também de informações obtidas pelos ingleses e norte-americanos. A mobilização de grande número de tropas alemãs para a região de fronteira também foi percebida. Os soviéticos já vinham tomando medidas contra a invasão desde a década de 30, aumentando exponencialmente o contingente de seu exército.
Apesar de tudo isto, a invasão começa a 22 de junho de 1941 veio como uma surpresa, pois não se esperava que a Alemanha atacasse a URSS antes que a Inglaterra se retirasse da guerra, conforme se previa. O resultado disto foi uma enorme vantagem tática para as tropas alemãs nos primeiros dias da guerra, o que permitiu o envolvimento de grande número de divisões do exército vermelho e a destruição de grande parte dos aviões soviéticos ainda nas suas bases, antes mesmo que conseguissem levantar vôo.
As tropas do eixo foram divididas em três grupos de exércitos: norte, central e sul. O grupo norte atravessou os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) e marchou contra Leningrado (atual São Petesburgo), que foi atacada ao mesmo tempo pelos finlandeses, mais ao norte. A cidade foi completamente cercada a 8 de setembro de 1941; a partir de então só foi possível abastecê-la pela rota que atravessava o lago Ladoga, constantemente vigiada pelos aviões alemães. O resultado foi uma grave crise de fome, que segundo as estimativas teria vitimado por volta de um milhão de civis. A partir de 20 de novembro de 1941, foi possível estabelecer uma rota segura para Leningrado através do lago congelado, devido à recaptura do eixo ferroviário na cidade de Tikhvin, o que permitiu a evacuação de civis, melhorando a situação da cidade. O cerco de Leningrado só foi completamente levantado em Janeiro de 1944.
O exército central foi o que progrediu mais rapidamente, tendo conquistado completamente a cidade de Minsk a 29 de junho de 1941, operação que resultou na captura de 420 mil soldados do exército vermelho. A ofensiva prosseguiu com o grupo central marchando através da Bielorússia até atingir a cidade de Smolensk, penetrando finalmente no território da Rússia propriamente dita. Aqui o avanço das tropas alemãs foi interrompido pela primeira vez, dada a forte resistência oposta pelas tropas soviéticas, porém a cidade foi conquistada a 16 de julho.
o exército sul prosseguiu mais vagarosamente do que os outros dois, sendo forçado a combater no terreno dos pântanos pripet, o que reduzia a velocidade dos avanços. apesar disso, conseguiu empurrar o grupo sul do exército vermelho até a cidade de kiev, onde seu avanço foi interrompido. aproveitando-se do fato de que o exército central havia avançado muito mais adiante, os alemães deslocaram boa parte desse segundo grupo de exércitos para o sul, conseguindo assim envolver um enorme grupo de divisões no que ficou conhecido como o bolsão de kiev. o resultado foi a captura de 700 mil soldados soviéticos, o que resultou praticamente na destruição do grupo sul do exército vermelho. a luta pela captura da capital da ucrânia prosseguiu até 26 de setembro.
após esta operação, o grupo sul do exército lançou-se à captura da península da criméia. esta operação seria concluída a 30 de outubro, com o cerco da cidade de sebastopol que, no entanto, só foi capturada em julho de 1942. a cidade de odessa, sitiada por tropas romenas desde os primeiros dias da guerra, só foi tomada em setembro. após capturar o território da criméia, os alemães voltaram-se para o cáucaso, chegando a tomar rostov a 21 de novembro. entretanto, a cidade foi retomada pelos soviéticos poucos dias depois, a 27 de novembro.
as tropas do exército central uniram-se a várias unidades do grupo norte e iniciaram a operação que tinha por objetivo envolver a cidade de moscou, a 30 de setembro de 1941. inicialmente as tropas do eixo prosseguiram com velocidade, capturando bryansk, orel e vyazma, numa batalha em que foram cercados e capturados 650.000 homens, no que seria o último grande envolvimento em 1941. as tropas alemãs continuaram avançando até capturarem a cidade de tula, a 165 quilômetros da capital russa, que passou a sofrer bombardeamentos aéreos. entretanto, o avanço do exército alemão foi barrado, e as pinças norte e sul do ataque não puderam se encontrar, fechando o cerco. apesar das gigantescas perdas que o exército vermelho havia sofrido, os soviéticos conseguiram formar novas divisões de conscritos, trazendo também para o front oeste tropas anteriormente localizadas na região leste do país, repondo suas perdas e conseguindo dar combate aos alemães.
no dia 6 de dezembro, em pleno inverno, começou a contra-ofensiva dos russos, chefiada pelo general georgy zhukov. utilizando equipamentos novos como os tanques t-34 e os morteiros foguetes katyusha, o exército vermelho conseguiu retomar uma quantidade significativa de território, afastando definitivamente a ameaça que pairava sobre sua capital.
em 1942, o exército alemão já não se encontrava em condições de tentar uma nova ofensiva contra moscou, que também seria demasiadamente previsível. a wermacht voltou-se então contra a região do cáucaso, de grande importância econômica e militar devido a seus recursos petrolíferos (reservas de petróleo soviéticas no mar cáspio), industriais e agrícolas. além disso, a conquista da região permitiria bloquear o rio volga. a operação de captura do cáucaso foi chamada de operação azul e teve início em 28 de junho de 1942. no final do mês de julho os alemães já haviam avançado até a linha do rio don e começaram os preparativos para o envolvimento da cidade de stalingrado, defendida pelas tropas do general chuikov. a cidade sofreu pesados bombardeamentos aéreos.
no fim de agosto, a cidade foi cercada ao norte e no 1º de setembro as comunições ao sul também foram interrompidas. a partir de então, as tropas que combatiam na cidade só puderam ser abastecidas através do rio volga, constantemente bombardeado pelos alemães. a batalha pela cidade durou três meses, conhecendo avanços e recuos de ambas as partes, com lutas sangrentas pela conquista de simples casas, prédios ou fábricas. o tipo de terreno resultante das ruínas da cidade arrasada favorecia o combate de infantaria, impedindo a utilização eficiente de tanques. milhares de civis aprisionados no interior da cidade foram vitimados, principalmente em conseqüência dos bombardeamentos. em novembro, os alemães haviam alcançado a margem do rio volga, impedindo o abastecimento das tropas soviéticas.
Em novembro de 1942, os soviéticos iniciaram seu contra-ataque, batizado de Operação Urano, que tinha o objetivo de envolver as divisões alemãs em Stalingrado. Em 19 de novembro, as tropas do general Vatutin, que formavam a pinça norte do ataque, irromperam contra o flanco dos exércitos do Eixo, enquanto ao sul as tropas de Rokossovsky faziam o mesmo. Os alemães foram cercados pelo Exército Vermelho e as tentativas de abastecê-los através de uma ponta aérea não tiveram sucesso. Uma tentativa de romper o cerco foi feita pelas tropas do General Manstein, numa operação chamada de tempestade de Inverno, porém as tropas cercadas no interior da cidade já estavam sem abastecimento há um bom tempo e não tiveram condições de colaborar com as demais tropas alemãs. Os soviéticos continuavam seu contra-ataque (agora a Operação Saturno), ameaçando envolver os exércitos de Manstein, que foi forçado a abandonar sua tentativa de salvamento e retirar-se. A 2 de fevereiro de 1943, os alemães remanescentes na cidade rendem-se. Mais de 800 mil soldados do eixo, entre alemães, húngaros, romenos e italianos, além de dois milhões de soviéticos, morreram nas operações que envolveram Stalingrado e todo o restante do 6º Exército alemão, comandado pelo Generalfieldmarschall (Marechal-de-Campo)Friedrich Von Paulus, que obedeceu até o fim as ordens de Hitler de não romper o cerco, sendo feito prisioneiro junto com o seu exército. A batalha de Stalingrado dura cinco meses. Dos trezentos mil soldados alemães encurralados no cerco, noventa mil morrem de frio e fome e mais de cem mil são mortos nas três semanas anteriores à rendição.
Devido às rigorosas dificuldades do inverno nesse ano, que dificultava a subsistência até da população local, um grande número dos soldados alemães, sem proteção contra o frio nos campos de prisioneiros, não sobreviveu, sendo que poucos retornaram a sua terra natal após a guerra. Após a tomada de Stalingrado, as tropas soviéticas continuaram avançando e em fevereiro de 1943 retomaram Kursk, Kharkov e Rostov, retomando completamente a região do Cáucaso. A 20 de fevereiro, os alemães retomaram Kharkov, formando uma saliência no front soviético em Kursk, o que teria importantes conseqüências nos meses seguintes. Os generais alemães e o próprio Hitler, após a queda de Stalingrado, tinham noção que esse quadro de desestabilização geral estava ocorrendo, e começaram a planejar medidas para reduzir seus efeitos. Muitos oficiais preferiam esperar uma ofensiva soviética e contra-atacar – a “ação de retaguarda” proposta por Manstein – buscando paralisar os russos com contra-ataques locais; outros militares defendiam que uma ofensiva deveria ser desfechada o quanto antes para incapacitar os soviéticos e depois esperar pelos ataques dos aliados ocidentais. Essa tática acabou sendo a escolhida por
Hitler, resultando na “Operação Cidadela”, codinome do ataque contra a cidade de Kursk, onde estavam concentradas grandes forças russas que deveriam ser cercadas e destruídas. Foi uma operação perdida desde o início para os alemães, pois os soviéticos tinham superioridade em artilharia, tanques, homens e aviões, o que talvez não fizesse tanta diferença se também não tivessem as informações sobre os planos de ataque alemães – obtidas através da rede de espiões comunistas “Orquestra Vermelha” na Alemanha – e contassem com defesas em profundidade largamente preparadas na região. A culminância dessa malfadada operação foi a Batalha de Kursk, em julho de 1943, onde os alemães sofreram uma grande derrota e foram recuando até saírem da URSS e as forças soviéticas avançando em direção a Alemanha.
Embora o significado das batalhas entre Alemanha e URSS tenha sido enormemente relativizado no mundo capitalista pós-guerra, por conta de questões ideológicas próprias da Guerra Fria (quando não era mais conveniente ressaltar qualidades positivas do antigo aliado soviético...), o chamado fronte oriental foi onde aconteceram as mais ferozes batalhas, com as maiores perdas civis e militares da história, e mostrou excepcionais tenacidade e capacidade de reorganização e aprendizado do Exército Vermelho frente à Wehrmacht.
Apesar de imensas perdas humanas e matérias, a URSS foi a única nação da guerra a ser invadida territorialmente pela Werhmacht (então o maior, melhor treinado, mais bem equipado, e mais eficiente exército do mundo, cujos vários feitos em eficiência e versatilidade em campo permancem inigualados até hoje) a ser capaz de se reorganizar, e, sem rendição ou acordos colaboracionistas (como o do “Governo de Vichy”, na França), resistir, combater, e efetivamente rechaçar as forças alemãs para fora de seu território sem tropas externas atuando em seu território (como na recuperação da França, por exemplo, precisou da ajuda maciça de tropas americanas e britânicas), e, mais importante, seguir um curso de vitórias até a capital da Alemanha - terminando, na prática, a guerra: poucos dias depois do suicídio de Hitler na Berlim já completamente ocupada pelo Exército Vermelho, as forças alemãs assinaram sua rendição incondicional.

A RECONQUISTA DA EUROPA

A partir de 1943, os exércitos aliados foram recuperando território passo a passo. Os soviéticos obrigaram os alemães a retroceder e os norte-americanos ocuparam parte da Itália.A 6 Junho de 1944, no chamado Dia D (D-Day), os Aliados efetuaram um desembarque nas praias da Normandia (Operação Overlord), em que participaram o Exército Britânico (lutando nas praias de Gold e Sword), o Exército Americano (lutando em Omaha e Utah) e o Exército Canadense (lutando em Juno). Os americanos sofreram por volta de duas mil baixas, pois os tanques Sherman, (disfarçados de Chatas pelo Exército Americano para os esconder, e torná-los um fator surpresa) afundaram.
Já o Exército britânico não teve muitas baixas em Gold e Sword, pois seus tanques blindados e especializados (em cortar trincheiras e explodir minas) conseguiram ultrapassar. Era o início da Batalha da Normandia. A Wehrmacht, não conseguiu responder ao ataque devidamente, pois o comandante da área (à época, General Erwin Rommel) não estava presente, pois seu carro havia sido bombardeado durante uma viagem à Alemanha e, encontrava-se internado num hospital da Luftwaffe.
A juntar a este fcto, a Wehrmacht era naquela zona principalmente constituída por homens recrutados à força, em países invadidos pelos alemães. Especula-se também que, à hora da invasão, Hitler estaria a dormir, e nenhum dos seus subalternos se atreveu a acordá-lo, ou a dar ordem para que as divisões blindadas estacionadas no interior se dirigissem para a costa, a fim de deter a invasão. Outro factor que também atrasou a movimentação das divisões blindadas para a zona costeira foi a sabotagem, principalmente dos caminhos de ferro, por parte da resistência francesa. Na madrugada do dia 6, antes do desembarque, pára-quedistas haviam já saltado atrás das linhas alemãs, embora de forma desorganizada, tendo por isso a maioria destes falhado os locais de aterragem. O objectivo destes pára-quedistas era neutralizar as peças de artilharia alemãs colocadas no interior, que naturalmente iriam bombardear as tropas aliadas assim que estas chegassem às praias.
Após o desembarque na Normandia, seguiu-se a operação Market Garden em Setembro de 1944, que tinha como um dos objetivos libertar os Países Baixos. Esta operação foi superior à Overlord no que respeita ao número de soldados envolvidos (apenas pára-quedistas), mas resultou num enorme fracasso, contando-se cerca de 20 mil mortos, só entre os americanos, e 6500 britânicos foram feitos prisioneiros. O objetivo dos Aliados era conquistar uma série de pontes nos Países Baixos, o que lhes permitiria atravessar o rio Reno.

A DERROTA DO EIXO

Apesar da evidente superioridade militar aliada, as tropas alemãs resistiram durante meses, até que, em Dezembro de 1944, Hitler ordenou uma contra-ofensiva na Bélgica, nas Ardenas. Os exércitos aliados, desgastados devido a problemas logísticos, sustiveram com grande dificuldade o avanço das tropas alemãs. Várias unidades aliadas foram cercadas pelo avanço alemão, privando estes soldados de receberem mantimentos e outros equipamentos, pelo que tiveram de sobreviver a um inverno rigoroso sem roupa adequada e com poucas munições. Eram frequentes as incursões de soldados alemães, disfarçados de soldados americanos, em áreas controladas pelos aliados para causar sérios transtornos, como mudança de caminhos de divisões inteiras, mudanças de placas, implantações de minas, emboscadas. Estes soldados alemães, os primeiros comandos, estavam sob o comando do Oberst (Coronel) Otto Skorzeny, que já libertara Mussolini, entretanto aprisionado em Itália. Finalmente, a ofensiva alemã acabou por fracassar, e o custo em termos militares acabou por fragilizar a posterior defesa do território alemão. Na Itália, foi tomada a abertura ao Reno, com participação de forças francesas, americanas e a Força Expedicionária Brasileira, fato que facilitou o avanço aliado pelo sul.
Antes mesmo de findar a guerra, as grandes potências firmaram acordos sobre seu encerramento, além de definirem partilhas, inaugurando novos confrontos com potencial de desencadear uma hecatombe nuclear. O primeiro dos acordos foi a Conferência de Teerã, no Irã, em 1943.
Em Janeiro de 1945, Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e Josef Stalin reúnem-se novamente em Yalta, Ucrânia, já sabendo da inevitabilidade da derrota alemã, para decidir sobre o futuro da Europa pós-guerra. Nesta conferência, fica decidido que todos os países libertados deveriam realizar eleições livres e democráticas - o que não se veio a verificar, nos países controlados pelo Exército Vermelho - e que a Alemanha teria de compensar os países que invadiu. Discutiu-se também a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em bases diferentes das da Liga das Nações. Definiu-se, ademais, a partilha mundial, deixando à União Soviética o predomínio sobre a Europa Oriental, incorporando os territórios alemães a leste e definindo a participação da URSS na rendição do Japão, com a divisão da Coréia em áreas de influência soviética e norte-americana. Assim, lançavam-se as bases para a Guerra Fria.
Entretanto, o avanço das tropas aliadas e soviéticas chegou ao território alemão. Previamente, havia já sido estabelecido o avanço dos dois exércitos, ficando a tomada de Berlim a cargo do Exército Vermelho. Esta decisão, tomada pelas esferas militares, foi encarada com apreensão pela população, pois era conhecido o rasto de pilhagens, execuções e violações (estupro), que os soldados soviéticos deixavam atrás de si, em grande parte como retaliação pela mortes causadas pelos soldados alemães na União Soviética (o país com o maior número de baixas civis e militares de toda a guerra, cerca de 20 milhões). A 30 de Abril de 1945, Adolf Hitler suicidou-se, quando as tropas soviéticas estavam a exatamente dois quarteirões de seu bunker.
A 7 de Maio, o seu sucessor, o almirante Dönitz, assinou a capitulação alemã. A 14 de Agosto de 1945, o general Tojo do Japão rendeu-se incondicionalmente.

O FIM DA GUERRA

Já em 1944 a guerra na Ásia começava a progredir devagar, já não mantendo o ritmo inicial da guerra. Em Março de 1944, as forças japonesas ocuparam a Birmânia e deram início a um ataque contra a Índia, mas acabaram por ser derrotadas em Impanhal. No Norte da China, as forças japonesas, começaram a enfrentar as forças comunistas de Mao Zedong. A Guerra Sino-Japonesa, que mobilizava mais de um milhão de homens, gastava mais recursos que a Campanha do Sul. Em 1944, depois de lançada a última ofensiva em Ichi Go, o Império japonês, tomou grande parte do Sul da China Central, estabelecendo uma ligação terrestre com a Indochina.
A quando a vitória japonesa na China, as forças Aliadas do Pacífico haviam chegado perto do arquipélago nipónico. Em 1945, a captura das ilhas de Iwo Jima (em Fevereiro) e Okinawa (em Abril), pelos Aliados, trouxeram o Japão para dentro do alcance de ataques aéreos e navais, começando assim os bombardeamentos a fábricas e instalações militares na ilha principal. Esses bombardeamentos, executados por bombardeiros norte-americanos B-29 entre Março e Junho, acabaram por destruir 58 cidades japonesas, matando mais de 393 000 civis.
Em inícios de Agosto o Imperador Hirohito, verificando as elevadas perdas nos últimos conflitos, autorizou que o embaixador japonês na União Soviética contactasse Estaline para apresentar uma rendição do Japão. Estalin recebeu a mensagem algumas horas antes da conferência dos Aliados na Alemanha, apresentando assim a rendição japonesa a Harry Truman. Os Aliados pediam ao Japão uma rendição incondicional, contudo o Japão decidiu não responder devido aos termos de rendição dos Aliados não especificarem o futuro do Imperador — visto como um deus para o povo japonês — tal como o sistema imperial. Harry Truman, após a sua chegada à conferência, recebeu uma mensagem que indicava que o teste da bomba atómica "Trinity" tinha sido bem sucedido; decidido a ganhar a guerra utilizando o projecto Manhattan deu indicações a Estaline para ignorar a mensagem japonesa e Estalin também com a idéia de ganhar territórios no Pacífico, ilhas conquistadas pelo Japão, concordou com Truman.
A 6 de Agosto, a bomba atômica "Little Boy", foi lançada sobre Hiroshima do B-29 "Enola Gay", pelo "esquadrão Atômico", contudo esta bomba não teve o efeito esperado, não tendo qualquer reação no Imperador Hirohito e do Gabinete de Guerra japonês. Muito do povo japonês desconhecia ainda o ataque a Hiroshima, pois as estações de rádio e jornais não relataram nada sobre o ataque, apenas sobre um novo tipo de bomba desenvolvido.
A 8 de Agosto de 1945 a União Soviética declarou guerra ao Japão, como tinha concordado na conferência, e lançou uma invasão (Operação Tempestade de Agosto, August Storm) em grande escala à Manchúria, que se encontrava ocupada pelo Japão — tal invasão é reconhecida pelos japoneses como o que teve mais efeito para o fim da guerra.
Truman decidiu não esperar por uma resposta do Japão, ordenando assim o lançamento de uma segunda bomba atómica, a "Fat Man" que foi lançada pelo B-29 "Bock's Car" sobre Nagasaki a 9 de Agosto.
A 14 de Agosto o Japão rende-se incondicionalmente, após aquelas cidades terem sido atingidas pelos engenhos nucleares, que causaram cerca de 300 mil mortos instantaneamente, e um número indeterminado de vítimas posteriormente, devido à contaminação pela radiação. As chefias militares norte-americanas justificaram esta acção afirmando que uma invasão do Japão teria custos elevados em termos de vidas de soldados americanos.
O Japão assinou a rendição a bordo do USS Missouri, na baía de Tóquio, no dia 15 de Agosto, sendo celebrada a vitória nesse dia, conhecido como Dia V-J.

domingo, 22 de junho de 2008

O Nazi- Fascismo



O Nazi-Fascismo


Até a Primeira Guerra Mundial o otimismo da “Belle Époque” imperava na Europa, sendo reflexo do pensamento econômico liberal.
Todos acreditavam no desenvolvimento ilimitado do capitalismo. Somente os socialistas se opunham a esse “otimismo liberal”, tendo uma visão pessimista da situação. Segundo eles, as crises do sistema capitalista eram inevitáveis. Os socialistas viam como única solução para os problemas sociais a implantação de uma sociedade onde todos seriam donos dos meios de produção. Isto somente seria conseguido através de uma Revolução.
A Europa do entre guerras era um campo aberto para essas idéias revolucionárias, uma vez que a crise provocava o aumento dos conflitos sociais. Por isso, assistimos no imediato pós-guerra a uma série de movimentos de esquerda, contestadores da ordem vigente. Houve também o fortalecimento da ação sindical.
A situação era de convulsão geral e as sociais dirigentes, assim como as classes médias, se julgavam ameaçadas. Os valores liberais começaram a ser contestados. Os governos mostravam-se impotentes frente às crises econômicas que aguçavam as insatisfações sociais e pauperizavam exatamente aqueles setores da sociedade que mais se agarravam aos valores liberais: as classes médias (pequena burguesia).
Isto ocorreu particularmente na Alemanha e na Itália, onde o liberalismo não se consolidara. Os setores sociais predominantes defrontavam-se com grupos revolucionários que lhes ameaçavam o poder. É, na medida em que a crise acentuava os conflitos sociais, provocando amplo colapso na vida econômica e o avanço da classe trabalhadora, os capitalistas sentiram a necessidade de uma autoridade central forte que agisse de acordo com os seus interesses. Era preciso evitar a Revolução Socialista. Era preciso esmagar as forças militantes das classes trabalhadoras. Foi então que os capitalistas recorreram ao fascismo.



OS FASCISMOS

O surgimento de grupos de extrema direita, compostos por ex-militares, profissionais liberais e estudantes, geralmente desempregados, decorria do empobrecimento que atingia as classes médias com o desenvolvimento da concentração industrial e financeira. Ora, esta concentração também tornava precária a existência dos pequenos comerciantes e industriais, esses grupos formados por uma classe média.
De início, tais grupos se valiam de tentativas golpistas para a conquista do poder. Entretanto, a persistência da crise, podendo levar a uma Revolução Bolchevista, estimulou os setores ligados à grande indústria, aos bancos e às fianças em geral a sustentar os movimentos fascistas. Os capitalistas viram que poderiam fazer uma aliança com os fascistas: estes assumiram o poder financiados pelos empresários e manteriam a ordem. O governo fascista seria a autoridade central forte que, garantindo os privilégios capitalistas, asseguraria a ordem estabelecida. Além disso, o otimismo liberal era coisa do passado e o nacionalismo econômico (tarifas protecionistas) interessava aos capitalistas.
A propaganda fascista devia ser bastante hábil. Os programas dos partidos fascistas eram formados de palavras-chaves socialistas e de acusações contra os “responsáveis” pela crise, com isso buscando atrair os descontentes. A ideologia fascista manifestava-se sobretudo no irracionalismo, no antiparlamentarismo, no nacionalismo agressivo...
Muito embora o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha tenham sido movimentos contra-revolucionários, pois garantiram a ordem capitalista, algo de significativo aconteceu tanto ao Capital bem como ao Trabalho. Em ambos os países uma forte autoridade estatal se impôs aos capitalistas. Em conseqüência, a livre-iniciativa por eles defendida ruiu a por terra, mas seus direitos fundamentais de obter lucros e de propriedade foram garantidos. Quanto aos trabalhadores, tiveram seus sindicatos dissolvidos, seus salários reduzidos e seu dinheiro de greve abolido.
Embora os capitalistas se tenham sentido um pouco limitados, à restrição a mobilidade foi, na verdade, um premio para eles, pois estavam dispostos pagar por uma total proteção contra as exigências do Trabalho.
A economia fascista é a economia capitalista com a mesma necessidade de expansão, a mesma necessidade de mercados, enfim tudo o que caracteriza a corrida imperialista.



AS CONDIÇÕES HISTÓRICAS DO FASCISMO

O entreguerras assinalou a crise da sociedade liberal, sociedade criada desde o início do século XIX com a afirmação do capitalismo. O pós-guerra assistiu ao declínio relativo da Europa como centro Hegemônico mundial, tanto do ponto de vista econômico como político. Os valores liberais (liberdade individual, política!, religiosa, econômica) começaram a ser colocados em xeque pela impotência dos governos frente às crises econômicas, que aguçavam as insatisfações sociais e pauperizavam exatamente aqueles setores da sociedade que defendiam os valores liberais: as classes médias (profissionais liberais, pequenos comerciantes e industriais etc.).
Ao mesmo tempo em que a crise provocava o aumento dos conflitos sociais assistimos no imediato pós-guerra a urna série de movimentos de esquerda, contestadores da ordem vigente. Assistimos também ao fortalecimento da ação sindical, embora o movimento operário se tivesse cindido em duas grandes facções: os Socialistas ou Social-Democratas, marxistas que tinham abandonado o tema da Revolução violenta e aderiram ao jogo político-partidário do Liberalismo: e os comunistas surgidos inicialmente como dissidência socialista e que, sob a influencia da tomada do poder pelos Bolchevistas na Rússia, desenvolviam toda uma atividade voltada para a derrubada dos regimes tradicionais. Os setores sociais predominantes, bem como as classes médias, sentiam-se inseguros frente à situação de convulsão geral por que passava a Europa.
Do ponto de vista intelectual, o otimismo “belle-epoquiano” do pré-guerra foi substituído por um pessimismo. Manifestava-se sobretudo no antiparlamentarismo, no irracionalismo, no nacionalismo agressivo e na proposição de soluções violentas e ditatoriais para os problemas colocados pela crise.
Nos países derrotados, como a Alemanha, ou insatisfeitos com o resultado da guerra, como a Itália, a crise assumiu forma violenta, tomando características nacionais: em ambos os países, o Liberalismo não criara raízes, não havendo tradição parlamentar; também possuíam problemas nacionais latentes. Daí a formação de grupos de extrema direita, compostos por ex-militares, profissionais liberais e estudantes, geralmente desempregados e pertencentes a uma classe média que se degradava socialmente, sensíveis aos temas nacionalistas, racistas e antiliberais. É assim que explicamos o sucesso, na Itália, do Partido Fascista, de Mussolini, no imediato pós-guerra, e o crescimento do Partido Nacional-Socialista, de Hitler, na Alemanha.

A ITÁLIA FASCISTA

A Itália foi o primeiro país a conhecer o fascismo como movimento e como regime.
A Itália terminou a I guerra mundial em situação caótica. As promessas de vantagens territoriais e econômicas não foram concretizadas. As vantagens obtidas nos tratados pareciam insuficientes aos italianos para compensar enormes perdas (650 mil mortos e a Venécia semi-destruída).
A situação econômica geral, depois da Grande Guerra, piorou muito: os problemas normais da Itália, tais como super povoamento e atraso econômico, foram agravados; os esforços militares e industriais foram financiados pela emissão de moeda e por empréstimos de outros países. A dívida para com esses países era enorme e a lira (moeda italiana) ficou desvalorizada com a inflação.
A crise social tomou, pois um aspecto revolucionário, com as multiplicações das greves. O poder político era incapaz de controlar a crise. A burguesia liberal e conservadora sentia-se ameaçada pela revolta social. Por isso decidiu apoiar-se num grupo político reduzido, mas bem organizado e disposto a acabar, pela força, com ameaça revolucionaria: os fascistas.

A TOMADA DO PODER

Os fascistas aproveitaram-se da anarquia reinante para se impor. Em 1920 organizaram expedições punitivas contra as instalações das organizações de esquerda e até sedes sindicais, destruíam tudo, matavam os líderes ou lhes ministravam violentas doses de óleo de rícino. A violência começou na planície do Pó e estendeu-se por toda a Itália.
Foi realizado em 26 de outubro de 1922 a famosa “Marcha sobre Roma”, quando cerca de 50.000 “Camisas Negras” desfilaram pela capital e exigiram a entrega do poder. O rei Vítor Emanuel III, pressionado por militares e pela alta burguesia, convida Mussolini para ocupar o cargo de primeiro ministro.
O Governo manteve as aparências de uma monarquia parlamentarista, mas Mussolini detinha plenos poderes. Nas eleições de 1924, os fascistas obtiveram 3/4 dos votos da nação e a maioria das cadeiras no parlamento. Na abertura da primeira sessão parlamentar, o líder socialista Giacomo Matteotti pronunciou um discurso contra os métodos fascistas e as fraudes eleitorais nas eleições de 1924. Em seguida, foi assassinado, bem como todos aqueles que ousaram opor-se ao regime.
A 3 de janeiro de 1925, Mussolini anunciou o estabelecimento de um regime totalitário de governo, a oposição foi eliminada. A constituição foi reformada. O primeiro ministro era o único responsável perante o rei.
Mussolini, chefe do partido, o DUCE, tornou-se o ditador absoluto da Itália.
Os sindicatos são enquadrados, a greve é proibida, estabelece-se o corporativismo baseado na carta “Del Lavoro" de 1926, a pena de morte é restaurada e milhares de pessoas são condenadas a prisão, exilados e mesmo executados.
Em 1928, Mussolini assina um acordo com a igreja católica, pondo fim à “questão romana" que perdurava desde a unificação italiana (1870). Pelo Tratado de Latrão, assinado com o papa Pio XI, cria-se o Estado do Vaticano, a religião católica torna-se obrigatória nas escolas italianas.
Durante a década de 30, o Parlamento é suprimido e substituído por uma câmara fascista (1939), completamente domesticada. A educação é totalmente controlada, assim como os meios de comunicação. Paralelamente, a intervenção estatal na economia aumenta, incrementando a indústria bélica.
Militariza-se o país, inicia-se a escalada expansionista (Albânia, protetora em 1925 e ocupada em 1939. Guerra da Etiópia, 1935/ 36).
O país se aproxima da Alemanha Nazista assinando, em 1939, com Hitler, o "Pacto de Aço".

A ALEMANHA NAZISTA

Em nenhum momento devemos duvidar que o fim da Primeira Guerra tenha alguma ligação com o quadro com que se instalou na Alemanha, de modo particular, com as imposições do Tratado de Versalhes. Humilhada econômica e socialmente com o Tratado, a Alemanha acabaria sendo um campo fértil para a propagação da ideologia fascista alemã (nazista).
É nesse contexto que diante de incertezas diante do seu futuro, uma elite alemã aproxima-se de Hitler e do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista). E é nessa aproximação que Hitler e seu partido vão ganhando força até chegar ao poder e implantar suas idéias. Assim como os fascistas italianos, os nazistas defendiam: o totalitarismo, o nacionalismo extremado, o militarismo, o unipartidarismo, a crença de que seu líder era infalível, rejeição ao comunismo, a democracia e ao liberalismo. O nazismo acrescentou a tese de superioridade da raça ariana, na qual os alemães seriam os mais puros representantes.
Em 1923, os fascistas alemães tentam dar um golpe (putsch de Munique) para alcançar o poder, porém, Hitler é preso e condenado à prisão, é nesse momento que ele escreve o livro Mein Kampf (Minha Luta), no qual iria expor as principais ideologias do nazismo. Decidindo chegar ao poder por outra via, a eleitoral, os fascistas vêem crescer sua posição no governo. Nas eleições de 1930 conseguem eleger mais de cem deputados; nas eleições de 1932, Hitler concorre à presidência e é derrotado.Em 1933, o presidente Hindemburg, pressionado por setores militares e o empresariado, acreditam poder controlar Hitler e o nomeiam para ocupar o cargo de Chanceler.
Em 1934 com a morte do presidente Hindemburg, Hitler passa a gozar do título de Führer, chefe inconteste. O incêndio provocado pelos nazistas no prédio do Parlamento, com responsabilidade atribuída aos comunistas, possibilitou o reforço do poder pessoal de Adolf Hitler.
O processo de nazificação alemã seguiu no mesmo ritmo que o fascismo italiano.
Em pouco tempo, o Partido Nazista passa a exercer o controle sobre quase todas as atividades econômicas, políticas e culturais da Alemanha. A educação e os meios de comunicação deveriam ajustar-se as ordens do "grande líder". A bandeira da república foi substituída pela do partido, cujo símbolo era a suástica.
A política externa nazista respondeu às necessidades de expansão do grande capital alemão, caracterizou-se por uma tônica agressiva, iniciando a escalada que conduziu à 2ª Guerra Mundial.