domingo, 22 de junho de 2008

O Nazi- Fascismo



O Nazi-Fascismo


Até a Primeira Guerra Mundial o otimismo da “Belle Époque” imperava na Europa, sendo reflexo do pensamento econômico liberal.
Todos acreditavam no desenvolvimento ilimitado do capitalismo. Somente os socialistas se opunham a esse “otimismo liberal”, tendo uma visão pessimista da situação. Segundo eles, as crises do sistema capitalista eram inevitáveis. Os socialistas viam como única solução para os problemas sociais a implantação de uma sociedade onde todos seriam donos dos meios de produção. Isto somente seria conseguido através de uma Revolução.
A Europa do entre guerras era um campo aberto para essas idéias revolucionárias, uma vez que a crise provocava o aumento dos conflitos sociais. Por isso, assistimos no imediato pós-guerra a uma série de movimentos de esquerda, contestadores da ordem vigente. Houve também o fortalecimento da ação sindical.
A situação era de convulsão geral e as sociais dirigentes, assim como as classes médias, se julgavam ameaçadas. Os valores liberais começaram a ser contestados. Os governos mostravam-se impotentes frente às crises econômicas que aguçavam as insatisfações sociais e pauperizavam exatamente aqueles setores da sociedade que mais se agarravam aos valores liberais: as classes médias (pequena burguesia).
Isto ocorreu particularmente na Alemanha e na Itália, onde o liberalismo não se consolidara. Os setores sociais predominantes defrontavam-se com grupos revolucionários que lhes ameaçavam o poder. É, na medida em que a crise acentuava os conflitos sociais, provocando amplo colapso na vida econômica e o avanço da classe trabalhadora, os capitalistas sentiram a necessidade de uma autoridade central forte que agisse de acordo com os seus interesses. Era preciso evitar a Revolução Socialista. Era preciso esmagar as forças militantes das classes trabalhadoras. Foi então que os capitalistas recorreram ao fascismo.



OS FASCISMOS

O surgimento de grupos de extrema direita, compostos por ex-militares, profissionais liberais e estudantes, geralmente desempregados, decorria do empobrecimento que atingia as classes médias com o desenvolvimento da concentração industrial e financeira. Ora, esta concentração também tornava precária a existência dos pequenos comerciantes e industriais, esses grupos formados por uma classe média.
De início, tais grupos se valiam de tentativas golpistas para a conquista do poder. Entretanto, a persistência da crise, podendo levar a uma Revolução Bolchevista, estimulou os setores ligados à grande indústria, aos bancos e às fianças em geral a sustentar os movimentos fascistas. Os capitalistas viram que poderiam fazer uma aliança com os fascistas: estes assumiram o poder financiados pelos empresários e manteriam a ordem. O governo fascista seria a autoridade central forte que, garantindo os privilégios capitalistas, asseguraria a ordem estabelecida. Além disso, o otimismo liberal era coisa do passado e o nacionalismo econômico (tarifas protecionistas) interessava aos capitalistas.
A propaganda fascista devia ser bastante hábil. Os programas dos partidos fascistas eram formados de palavras-chaves socialistas e de acusações contra os “responsáveis” pela crise, com isso buscando atrair os descontentes. A ideologia fascista manifestava-se sobretudo no irracionalismo, no antiparlamentarismo, no nacionalismo agressivo...
Muito embora o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha tenham sido movimentos contra-revolucionários, pois garantiram a ordem capitalista, algo de significativo aconteceu tanto ao Capital bem como ao Trabalho. Em ambos os países uma forte autoridade estatal se impôs aos capitalistas. Em conseqüência, a livre-iniciativa por eles defendida ruiu a por terra, mas seus direitos fundamentais de obter lucros e de propriedade foram garantidos. Quanto aos trabalhadores, tiveram seus sindicatos dissolvidos, seus salários reduzidos e seu dinheiro de greve abolido.
Embora os capitalistas se tenham sentido um pouco limitados, à restrição a mobilidade foi, na verdade, um premio para eles, pois estavam dispostos pagar por uma total proteção contra as exigências do Trabalho.
A economia fascista é a economia capitalista com a mesma necessidade de expansão, a mesma necessidade de mercados, enfim tudo o que caracteriza a corrida imperialista.



AS CONDIÇÕES HISTÓRICAS DO FASCISMO

O entreguerras assinalou a crise da sociedade liberal, sociedade criada desde o início do século XIX com a afirmação do capitalismo. O pós-guerra assistiu ao declínio relativo da Europa como centro Hegemônico mundial, tanto do ponto de vista econômico como político. Os valores liberais (liberdade individual, política!, religiosa, econômica) começaram a ser colocados em xeque pela impotência dos governos frente às crises econômicas, que aguçavam as insatisfações sociais e pauperizavam exatamente aqueles setores da sociedade que defendiam os valores liberais: as classes médias (profissionais liberais, pequenos comerciantes e industriais etc.).
Ao mesmo tempo em que a crise provocava o aumento dos conflitos sociais assistimos no imediato pós-guerra a urna série de movimentos de esquerda, contestadores da ordem vigente. Assistimos também ao fortalecimento da ação sindical, embora o movimento operário se tivesse cindido em duas grandes facções: os Socialistas ou Social-Democratas, marxistas que tinham abandonado o tema da Revolução violenta e aderiram ao jogo político-partidário do Liberalismo: e os comunistas surgidos inicialmente como dissidência socialista e que, sob a influencia da tomada do poder pelos Bolchevistas na Rússia, desenvolviam toda uma atividade voltada para a derrubada dos regimes tradicionais. Os setores sociais predominantes, bem como as classes médias, sentiam-se inseguros frente à situação de convulsão geral por que passava a Europa.
Do ponto de vista intelectual, o otimismo “belle-epoquiano” do pré-guerra foi substituído por um pessimismo. Manifestava-se sobretudo no antiparlamentarismo, no irracionalismo, no nacionalismo agressivo e na proposição de soluções violentas e ditatoriais para os problemas colocados pela crise.
Nos países derrotados, como a Alemanha, ou insatisfeitos com o resultado da guerra, como a Itália, a crise assumiu forma violenta, tomando características nacionais: em ambos os países, o Liberalismo não criara raízes, não havendo tradição parlamentar; também possuíam problemas nacionais latentes. Daí a formação de grupos de extrema direita, compostos por ex-militares, profissionais liberais e estudantes, geralmente desempregados e pertencentes a uma classe média que se degradava socialmente, sensíveis aos temas nacionalistas, racistas e antiliberais. É assim que explicamos o sucesso, na Itália, do Partido Fascista, de Mussolini, no imediato pós-guerra, e o crescimento do Partido Nacional-Socialista, de Hitler, na Alemanha.

A ITÁLIA FASCISTA

A Itália foi o primeiro país a conhecer o fascismo como movimento e como regime.
A Itália terminou a I guerra mundial em situação caótica. As promessas de vantagens territoriais e econômicas não foram concretizadas. As vantagens obtidas nos tratados pareciam insuficientes aos italianos para compensar enormes perdas (650 mil mortos e a Venécia semi-destruída).
A situação econômica geral, depois da Grande Guerra, piorou muito: os problemas normais da Itália, tais como super povoamento e atraso econômico, foram agravados; os esforços militares e industriais foram financiados pela emissão de moeda e por empréstimos de outros países. A dívida para com esses países era enorme e a lira (moeda italiana) ficou desvalorizada com a inflação.
A crise social tomou, pois um aspecto revolucionário, com as multiplicações das greves. O poder político era incapaz de controlar a crise. A burguesia liberal e conservadora sentia-se ameaçada pela revolta social. Por isso decidiu apoiar-se num grupo político reduzido, mas bem organizado e disposto a acabar, pela força, com ameaça revolucionaria: os fascistas.

A TOMADA DO PODER

Os fascistas aproveitaram-se da anarquia reinante para se impor. Em 1920 organizaram expedições punitivas contra as instalações das organizações de esquerda e até sedes sindicais, destruíam tudo, matavam os líderes ou lhes ministravam violentas doses de óleo de rícino. A violência começou na planície do Pó e estendeu-se por toda a Itália.
Foi realizado em 26 de outubro de 1922 a famosa “Marcha sobre Roma”, quando cerca de 50.000 “Camisas Negras” desfilaram pela capital e exigiram a entrega do poder. O rei Vítor Emanuel III, pressionado por militares e pela alta burguesia, convida Mussolini para ocupar o cargo de primeiro ministro.
O Governo manteve as aparências de uma monarquia parlamentarista, mas Mussolini detinha plenos poderes. Nas eleições de 1924, os fascistas obtiveram 3/4 dos votos da nação e a maioria das cadeiras no parlamento. Na abertura da primeira sessão parlamentar, o líder socialista Giacomo Matteotti pronunciou um discurso contra os métodos fascistas e as fraudes eleitorais nas eleições de 1924. Em seguida, foi assassinado, bem como todos aqueles que ousaram opor-se ao regime.
A 3 de janeiro de 1925, Mussolini anunciou o estabelecimento de um regime totalitário de governo, a oposição foi eliminada. A constituição foi reformada. O primeiro ministro era o único responsável perante o rei.
Mussolini, chefe do partido, o DUCE, tornou-se o ditador absoluto da Itália.
Os sindicatos são enquadrados, a greve é proibida, estabelece-se o corporativismo baseado na carta “Del Lavoro" de 1926, a pena de morte é restaurada e milhares de pessoas são condenadas a prisão, exilados e mesmo executados.
Em 1928, Mussolini assina um acordo com a igreja católica, pondo fim à “questão romana" que perdurava desde a unificação italiana (1870). Pelo Tratado de Latrão, assinado com o papa Pio XI, cria-se o Estado do Vaticano, a religião católica torna-se obrigatória nas escolas italianas.
Durante a década de 30, o Parlamento é suprimido e substituído por uma câmara fascista (1939), completamente domesticada. A educação é totalmente controlada, assim como os meios de comunicação. Paralelamente, a intervenção estatal na economia aumenta, incrementando a indústria bélica.
Militariza-se o país, inicia-se a escalada expansionista (Albânia, protetora em 1925 e ocupada em 1939. Guerra da Etiópia, 1935/ 36).
O país se aproxima da Alemanha Nazista assinando, em 1939, com Hitler, o "Pacto de Aço".

A ALEMANHA NAZISTA

Em nenhum momento devemos duvidar que o fim da Primeira Guerra tenha alguma ligação com o quadro com que se instalou na Alemanha, de modo particular, com as imposições do Tratado de Versalhes. Humilhada econômica e socialmente com o Tratado, a Alemanha acabaria sendo um campo fértil para a propagação da ideologia fascista alemã (nazista).
É nesse contexto que diante de incertezas diante do seu futuro, uma elite alemã aproxima-se de Hitler e do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista). E é nessa aproximação que Hitler e seu partido vão ganhando força até chegar ao poder e implantar suas idéias. Assim como os fascistas italianos, os nazistas defendiam: o totalitarismo, o nacionalismo extremado, o militarismo, o unipartidarismo, a crença de que seu líder era infalível, rejeição ao comunismo, a democracia e ao liberalismo. O nazismo acrescentou a tese de superioridade da raça ariana, na qual os alemães seriam os mais puros representantes.
Em 1923, os fascistas alemães tentam dar um golpe (putsch de Munique) para alcançar o poder, porém, Hitler é preso e condenado à prisão, é nesse momento que ele escreve o livro Mein Kampf (Minha Luta), no qual iria expor as principais ideologias do nazismo. Decidindo chegar ao poder por outra via, a eleitoral, os fascistas vêem crescer sua posição no governo. Nas eleições de 1930 conseguem eleger mais de cem deputados; nas eleições de 1932, Hitler concorre à presidência e é derrotado.Em 1933, o presidente Hindemburg, pressionado por setores militares e o empresariado, acreditam poder controlar Hitler e o nomeiam para ocupar o cargo de Chanceler.
Em 1934 com a morte do presidente Hindemburg, Hitler passa a gozar do título de Führer, chefe inconteste. O incêndio provocado pelos nazistas no prédio do Parlamento, com responsabilidade atribuída aos comunistas, possibilitou o reforço do poder pessoal de Adolf Hitler.
O processo de nazificação alemã seguiu no mesmo ritmo que o fascismo italiano.
Em pouco tempo, o Partido Nazista passa a exercer o controle sobre quase todas as atividades econômicas, políticas e culturais da Alemanha. A educação e os meios de comunicação deveriam ajustar-se as ordens do "grande líder". A bandeira da república foi substituída pela do partido, cujo símbolo era a suástica.
A política externa nazista respondeu às necessidades de expansão do grande capital alemão, caracterizou-se por uma tônica agressiva, iniciando a escalada que conduziu à 2ª Guerra Mundial.

3 comentários:

Unknown disse...

bom dia!!!
gostaria de fazer uma pergunta: QUAL A OBJETIVIDADE HISTÓRICA DO NAZI-FASCISMO??

me respondam o mais rapido possivel..

obrigada

Fagner Dantas e Milton Santana disse...

O mais rapido possivel..rsrs... só dois meses depois..rs
Põ.. a objetividade histórica?? não sei bem se entendo essa pergunta.. mas...bom...a base da ideologia e mentalidade facista( que também é a nazista só que algumas modificações) é a de um regime de governo forte e extremamente nacionalista que controle todas as decições do Estado, incluindo as sociais... todavia uma das grandes preocupações do fascismo era o vies economico, pois dado o momento em que ele se desenvolveu...(o mundo ocidental via-se abalado pelo fracasso do modelo governamental liberal, com a queda da bolsa de NY em 1929.)a forte interferencia do estado nas ações economicas, sociais, politicas e o caralho a quatro se fazia necessária. A ideologia do fascismo fica bem mais evidente no modelo italiano( o original e não a cópia deste, que foi o Nazismo)onde se destacam muito mais ações de cunho totalitaristas e nacionalistas, diferentemente do exeplo alemão que tomou contornos racistas. Com isso podemos entender que talves a objetividade histórica do nazi-fascismo seria a de encontrar uma nova forma de governar que contrastasse com o estabelecido modelo liberal até então estabelecido naquele momento histórico.

Anônimo disse...

aff texto grande... resume isso